segunda-feira, 31 de maio de 2010

Textos da Raquel

Tinha acabado de chegar àquela casa tão sonhada. Trazia os quadros, os tapetes, os sonhos e o cão. Era preciso pintar tudo outra vez. O inverno tinha tomado conta daquele espaço sem ser capaz de proteger o interior do frio e do vento.
Tudo vazio. A sala, os quartos e o alpendre lá fora. O castanho e o cinzento viviam em comunhão perfeita nas divisões da casa, impedindo que qualquer outra cor ali se instalasse.
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Com os cantos arredondados, permite-me ver que várias folhas comprimidas compõem esta fotografia. Alguns riscos profundos rompem a imagem sugerindo que este registo fotográfico não viveu num álbum mas sim na carteira de alguém. Atrás pode-se ler – foto beleza, Porto - data ilegível. Traz com ela um perfume floral que se mistura com pó da casa. Consigo de olhos fechados sentir o seu peso na minha mão, como também se faz ouvir quando a pouso na mesa em frente.
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Apito em metal prateado com cerca de cinco centímetros de comprimento. Enferrujado por dentro mostrando que alguém usou e lhe bufou. Agarrado a ele uma argola que prende dez...doze chaves, seis cobertas de ferrugem revelando o seu abandono, as outras foram usadas até há menos tempo uma vez que o castanho vence o prateado. Conjunto pesado e frio com cheiro a ferro e do quintal lá de fora.
Garfo largo e pesado, com uma moça no cabo. Cinco dentes desalinhados, dois apontam para fora. Deve ter sido usado para um fim que não o original, comer.
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Ali está ele na esquina da rua onde passa o autocarro. Pose atlética, despida de músculos e de força para saltar na vida. Veste o mesmo casaco de pele castanha que esconde o seu emagrecimento progressivo.
Olha tudo e todos sem ver nada, apenas o mundo que criou e que é dono dele. Crava um cigarro a este, a outro e a mim se estiver por perto. Nem sempre tem trocos, ou melhor nem sempre tem um obrigada. Estende a mão castanha e suja com cheiro a erva, entrando muitas vezes num monólogo imperceptível enquanto se cumpre o ritual de pegar no cigarro.
Hoje decidi procurá-lo. As minhas idas ao supermercado ou à escola do Vasco tinha de passar por ele e assim foi.
- Arranja-me um cigarro...
- Claro. Que tem hoje? Nada havia de diferente nele em relação aos outros dias, foi apenas o atirar do anzol.
- Hoje?... Hoje estou só como nos outros dias. Comecei este caminho há dez anos, entretanto ela foi embora... Levantei-me com o único objectivo de fumar este cigarro.

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domingo, 30 de maio de 2010

Aqui vai amigos...

Chegamos! Depois de uma longa caminhada, batemos à porta onde mora o agressor. Batemos agora com mais força, movidos pela determinação de o conhecer e revelar. Aquele que julga a humanidade, aquele que classifica tudo e todos à sua volta de certo ou errado. Aquele que condena o Mundo pela falta de amor...
Batemos agora com mais força, para que todos sintam a dor da nossa mão. De repente paramos para aliviar o sofrimento que provocam as pancadas e surge o silêncio. Levantamos de novo os olhos e reconhecemos a porta da nossa casa.

terça-feira, 25 de maio de 2010

como sabem, sou mais chegada à poesia e como estamos todos com muita vergonha de fazer posts, aqui vai o meu último poema:


o meu ouvido grita pelo som da tua voz
chama incessantemente pelos teus lábios
quer-te sentir sussurrar baixinho
amo-te

Carta de Amor à Língua Portuguesa

Caríssima

já passaram mais de vinte anos desde que te encontrei pela primeira vez - linda desconhecida! Misteriosa, calorosa, encantadora, durante uma longa viagem nocturna de comboio embalaste-me sem eu perceber nada, enfeitiçada pelo teu charme.

Entretanto aprendi a perceber-te, mas nem sempre nos entendemos uma à outra.

Musical, vaga, sem se querer fixar, capaz de dizer tudo e nada, deixaste o rigor rígido e matemático da tua mãe. Quente e cheirosa como a terra dos teus avós, és um jardim de flores e perfumes, de luzes e atmosferas.

Companheira mais de poetas do que de filósofos, tão viajada e descobridora de novas terras e ao mesmo tempo tão pouco conhecida no mundo, abriste-me a porta ao gosto pela poesia. Contigo um poema torna-se numa rica tapeçaria de sons e imagens, a tua magia torna qualquer expressão numa linda canção que não precisa de acompanhamento instrumental. Até tristezas e saudades parecem bonitas sob o teu encanto.

Tenho pena quando vejo o que te fizeram os doutores de Coimbra, que te fecharam nos segredos das prisões académicas, controlando e censurando o teu desenvolvimento natural. Mas tu és mais forte, tens tantos amigos pelo mundo dentro e fora, poetas, escritores, músicos - pessoas que sem ti não conseguem viver, que não te deixam atrofiar nesse espartilho empoierado, arrogante e sem futuro.

Querida minha doce e meiga fofura, que me vais embalar para o resto da vida ... obrigada por seres também a minha companheira.

cb/2006

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Se alguém quiser adoptar um ou mais de onze cachorrinhos recém-nascidos (um já encontrou um lar) ver aqui

TPC Final - Para entregar até 15 ou 19 de Junho

Limite máximo: 10.000 caracteres, corpo 12 (serão 4, 5 ou 6 páginas - mas pode ter 1.000 e pode ter 11.000)

Três hipóteses:

1ª Continuar a história do vestido - remodelar, aumentar, refazer a história, conforme o que depois foi dito (na nossa história Ana vai casar com o Bernardo que gosta da Carla; Bernardo foge com a Carla e a Ana tem um grande desgosto); Ana não casa e vende o vestido)

2ª Pegamos no Texto sobre o desconhecido frequente
Duas partes
1ª parte - Criar um enredo para essa personagem, com "set up", confronto e resolução, fazendo primeiro o plano, a planificação, e depois

(2ª parte) escrevemos a história.

3ª Vamos à procura de um texto nosso, escrito aqui ou noutro lado e vamos reescrever este texto, utilizando as ferramentas do curso. Deveremos dizer como era o texto original e como é que vamos reescrevê-lo, o que é que vamos trabalhar, o ponto de vista, os sentidos, etc.

domingo, 16 de maio de 2010

ABC para publicarmos mensagens ou "posts"

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Entramos no blogue, escrevendo o endereço http://www.fascinosobylino.blogspot.com/
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Quando já estamos lá, "clikamos" no B laranja no canto superior esquerdo e vamos ter a um quadro, no qual temos de escrever o nosso e-mail e a nossa palavra passe.
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Vamos parar a um novo quadro no qual podemos escolher entre:
Nova mensagem – Editar mensagens – Definições – Esquema – Circular
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Carregamos na Nova Mensagem para escrevermos e publicarmos um post (o editar mensagens serve para alterarmos qualquer mensagem ou acedermos a rascunhos que tenhamos escrito, mas que queiramos publicar noutra altura).
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Escrevemos no quadrado, em cima podemos escrever o título, em baixo podemos optar por publicar (e depois em cima podemos carregar em ver blogue) ou guardar (para publicarmos mais tarde).